
é lisboa nos teus olhos
é lisboa que me rouba
é lisboa
é por ela
ainda agora
é lisboa
quando tudo não parece
essa barca de estais ao transe
depois de sérgios e faustos navegantes
ou como diz o gastão
a
escassez
às vezes despedimo-nos tão cedo
que nem lágrimas há que nos suportem o
peso da voz à solidão exposta
ou
de lisboa no corpo o peso triste
às vezes é tão cedo que nos vemos
omitidos
enquanto expõe
o peso insuportável do amor
é tão cedo por vezes que lisboa
estende sobre os corpos o desgosto
com os dedos no crânio despedimo-nos
gastão cruz
transe: antologia 1960-1990.
relógio d'água, 1992.
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